26 de maio de 2008
Pedido de desculpas
Eu e o Filipe temos andado loucos a terminar trabalhos académicos que queremos entregar na próxima semana... Por esse motivo, não temos escrito com a regularidade do costume! Pedimos desculpa aos leitores pela nossa falha e prometemos que a situação não se vai manter!
16 de maio de 2008
Congresso Feminista
Entre os dias 26 e 28 de Junho, a UMAR (União de Mulheres Alternativa e Resposta) vai realizar, em Lisboa, o primeiro Congresso Feminista da nossa vida democrática. Aliás, o último congresso deste género (e que foi o segundo efectuado no nosso país) realizou-se há 80-anos-80. Sinais da sociedade em que vivemos...
Esta vai ser, então, a melhor oportunidade de sempre para se discutirem temas como Direitos Humanos e Igualdade de Género; Educação, Género e Cidadanias; Movimentos Sociais, Feminismos e Políticas Públicas; Violência de Género e nas relações de intimidade; Mulheres e Lideranças e muitos, muitos outros.
Eu já me inscrevi. Quem quiser fazê-lo ou saber mais informações, basta ir aqui.
Esta vai ser, então, a melhor oportunidade de sempre para se discutirem temas como Direitos Humanos e Igualdade de Género; Educação, Género e Cidadanias; Movimentos Sociais, Feminismos e Políticas Públicas; Violência de Género e nas relações de intimidade; Mulheres e Lideranças e muitos, muitos outros.
Eu já me inscrevi. Quem quiser fazê-lo ou saber mais informações, basta ir aqui.
14 de maio de 2008
Coisas estranhas III
Ainda bem que não sou advogada, porque, se fosse, teria votado neste senhor, que hoje me desiludiu bastante:
"O bastonário da Ordem dos Advogados (OA) surpreendeu ontem os deputados ao criticar o facto de a violência doméstica ser um crime público (desde o ano 2000) e não permitir à vítima desistir da queixa caso entenda ser a melhor solução." (Público, edição impresa, sem link directo).
Eis algumas das declarações:
"Há uma espécie de feminismo impertinente nestas leis",
"a vítima não quer justiça - quer vingança",
"É mau legislar de acordo com a moda e com os jornais"...
"O bastonário da Ordem dos Advogados (OA) surpreendeu ontem os deputados ao criticar o facto de a violência doméstica ser um crime público (desde o ano 2000) e não permitir à vítima desistir da queixa caso entenda ser a melhor solução." (Público, edição impresa, sem link directo).
Eis algumas das declarações:
"Há uma espécie de feminismo impertinente nestas leis",
"a vítima não quer justiça - quer vingança",
"É mau legislar de acordo com a moda e com os jornais"...
Coisas estranhas II
O preço dos combustíveis já aumentou 15 vezes este ano. Num país normal, perguntar-se-ia: "em que gasolineira?". Neste, a resposta é tão óbvia que nem merece referência. EM TODAS, pois claro.
Toda a gente sabe que, neste país, os preços dos combustíveis são tudo menos concorrenciais, mas este desplante, que chega ao ponto de TODAS AS GASOLINEIRAS aumentarem os preços no mesmo valor e à mesma hora, já começa a ser demais! Nós não pagamos uma coisa chamada Autoridade da Concorrência?!
E, a juntar à óbvia concertação de preços entre as empresas, aparecem jornalistas a entrevistar velhotes em bombas de gasolina, perguntando-lhes o que acham da situação, em vez de ouvirem quem realmente interessa! Já não digo fazerem investigação, já não digo fornecerem-nos informações adicionais, já não digo falarem com Abel Mateus... mas, pelo menos, tocarem levemente no assunto... talvez já não fosse mau...
Daqui se concluem duas coisas: é fácil às empresas enganar consumidores, porque as instituições públicas, que existem para o evitar, não querem saber do assunto. E é fácil que toda esta situação vergonhosa e laxista se mantenha, porque nem o tradicional watchdog - os jornalistas (que nós também pagamos, na RTP e RDP...) - se dá ao trabalho de cumprir a sua função de vigilância.
É fácil dizer que se está a "investigar". O difícil é acreditar...
É fácil iniciar telejornais com "directos" da bombas do Jumbo (vá lá que não foi com Fátima!). O difícil é pensar...
Toda a gente sabe que, neste país, os preços dos combustíveis são tudo menos concorrenciais, mas este desplante, que chega ao ponto de TODAS AS GASOLINEIRAS aumentarem os preços no mesmo valor e à mesma hora, já começa a ser demais! Nós não pagamos uma coisa chamada Autoridade da Concorrência?!
E, a juntar à óbvia concertação de preços entre as empresas, aparecem jornalistas a entrevistar velhotes em bombas de gasolina, perguntando-lhes o que acham da situação, em vez de ouvirem quem realmente interessa! Já não digo fazerem investigação, já não digo fornecerem-nos informações adicionais, já não digo falarem com Abel Mateus... mas, pelo menos, tocarem levemente no assunto... talvez já não fosse mau...
Daqui se concluem duas coisas: é fácil às empresas enganar consumidores, porque as instituições públicas, que existem para o evitar, não querem saber do assunto. E é fácil que toda esta situação vergonhosa e laxista se mantenha, porque nem o tradicional watchdog - os jornalistas (que nós também pagamos, na RTP e RDP...) - se dá ao trabalho de cumprir a sua função de vigilância.
É fácil dizer que se está a "investigar". O difícil é acreditar...
É fácil iniciar telejornais com "directos" da bombas do Jumbo (vá lá que não foi com Fátima!). O difícil é pensar...
13 de maio de 2008
Coisas estranhas
Vi agora as imagens do tão falado encontro de Cavaco com os "jovens" (o tal para que não convidou os jovens do Bloco de Esquerda, continuando com o seu "mandato irrepreensível" que tantos admiram...).
Mas... bem... achei estranho que muitos desses "jovens", que se apresentaram em Belém, parecessem ter idade para ser meus pais... Hum...
Mas... bem... achei estranho que muitos desses "jovens", que se apresentaram em Belém, parecessem ter idade para ser meus pais... Hum...
A lei é igual para todos...
... mas uns são mais iguais que outros...
"O primeiro-ministro, José Sócrates, o ministro da Economia e Inovação, Manuel Pinho, e vários membros do gabinete do chefe do Governo violaram a proibição de fumar no voo fretado da TAP que ligou Portugal e Venezula e que chegou às cinco horas da manhã de ontem a Caracas (hora de Lisboa, 23h30 na capital venezuelana). O assunto foi muito comentado durante o voo por membros da comitiva empresarial que acompanha Sócrates e causou incómodo a algum pessoal de bordo." (Público)
E o prémio da desculpa brilhante vai para Luís Bernardo, assessor do grande líder:
"Um assessor do primeiro-ministro disse que «é costume» e que as pessoas [que iam a bordo] «não se importaram»." (Público)
Mesmo que esta malta que nos governa tivesse pedido autorização a todos os passageiros antes de acender o seu cigarrinho, a situação seria sempre nojenta. É que isto de fazer leis para apenas os outros cumprirem, cai mal... Porque significa que suas excelências acham simplesmente que estão acima dela - da lei. O que é grave (principalmente, quando já nem o disfarçam...).
Mas, ainda por cima, "o PÚBLICO não viu, nem ouviu em nenhuma ocasião durante as oito horas de voo algum membro do gabinete do primeiro-ministro questionar fosse quem fosse sobre a possibilidade de se fumar a bordo, num voo onde foi sempre claro que tal era proibido." (Público)
Não só acham que estão acima da lei, como acham que podem tratar o parceiro do lado como lixo. Muito bem.
"O primeiro-ministro, José Sócrates, o ministro da Economia e Inovação, Manuel Pinho, e vários membros do gabinete do chefe do Governo violaram a proibição de fumar no voo fretado da TAP que ligou Portugal e Venezula e que chegou às cinco horas da manhã de ontem a Caracas (hora de Lisboa, 23h30 na capital venezuelana). O assunto foi muito comentado durante o voo por membros da comitiva empresarial que acompanha Sócrates e causou incómodo a algum pessoal de bordo." (Público)
E o prémio da desculpa brilhante vai para Luís Bernardo, assessor do grande líder:
"Um assessor do primeiro-ministro disse que «é costume» e que as pessoas [que iam a bordo] «não se importaram»." (Público)
Mesmo que esta malta que nos governa tivesse pedido autorização a todos os passageiros antes de acender o seu cigarrinho, a situação seria sempre nojenta. É que isto de fazer leis para apenas os outros cumprirem, cai mal... Porque significa que suas excelências acham simplesmente que estão acima dela - da lei. O que é grave (principalmente, quando já nem o disfarçam...).
Mas, ainda por cima, "o PÚBLICO não viu, nem ouviu em nenhuma ocasião durante as oito horas de voo algum membro do gabinete do primeiro-ministro questionar fosse quem fosse sobre a possibilidade de se fumar a bordo, num voo onde foi sempre claro que tal era proibido." (Público)
Não só acham que estão acima da lei, como acham que podem tratar o parceiro do lado como lixo. Muito bem.
8 de maio de 2008
A liberalização do mercado de trabalho
Não deixa de ser engraçado que aqueles que defendem a liberalização do mercado de trabalho ainda não tenham percebido que os seus argumentos são do domínio da crença. Depois de tantas críticas ao materialismo histórico de Marx, deviam pelo menos ter aprendido que, em política, é melhor não profetizar demais...
Em vez de permitir um aumento do crescimento económico, uma maior estabilidade dos preços e até uma taxa de desemprego mais reduzida, o mercado de trabalho flexível e desregulado abre, muitas vezes, caminho à tendência contrária.
Veja-se o exemplo da Grã-Bretanha, pós-Thatcher. No final da era de maior liberalização económica a que já assitimos num país europeu, o desemprego atingia o seu ponto mais elevado desde o final da II Guerra Mundial, a inflação continuava elevada e o crescimento da economia nunca mais atingiu os valores das décadas de 50 e 60, a época em que era consensual a necessidade de existência de regulação e de um Estado Social.
Patrick Minford, um dos conselheiros da "dama de ferro", defendia que se intoduzisse legislação anti-greve, que as pequenas empresas fossem isentas da aplicação de leis de protecção do emprego, que a legislação sobre higiene e segurança no trabalho deixasse de ser vinculativa, defendia que o despedimento sem justa causa passasse ser livre, que indemnizações e pré-avisos, licenças de maternidade e direito de voltar ao trabalho depois do parto, tudo isso fosse abolido «de uma ponta à outra» [Unemployment: Cause and Cure]. (Donald Sassoon chama-nos a atenção para o facto de esta personagem não propor, no entanto, a reinrodução do trabalho infantil...)
Thatcher não foi tão longe, é certo. Apesar de "there is no such thing as society", a malta votava... No entanto, muitas das medidas liberalizantes propostas por Minford foram seguidas durante o seu governo. E, como consequência, no início dos anos 90, Finlândia, Suécia ou Noruega, com os seus mercados de trabalho «rígidos» e «altamente» regulados, apresentavam melhores resultados do que a Grã-Bretanha.
A ideia de que mercados totalmente liberalizados, são mais eficientes, é um logro. Aquilo a que passou a ser consensual chamar «obstáculos» ao crescimento da economia e à diminuição do desemprego é, pelo contrário, aquilo que ainda nos mantém numa sociedade minimamente coesa.
Em vez de permitir um aumento do crescimento económico, uma maior estabilidade dos preços e até uma taxa de desemprego mais reduzida, o mercado de trabalho flexível e desregulado abre, muitas vezes, caminho à tendência contrária.
Veja-se o exemplo da Grã-Bretanha, pós-Thatcher. No final da era de maior liberalização económica a que já assitimos num país europeu, o desemprego atingia o seu ponto mais elevado desde o final da II Guerra Mundial, a inflação continuava elevada e o crescimento da economia nunca mais atingiu os valores das décadas de 50 e 60, a época em que era consensual a necessidade de existência de regulação e de um Estado Social.
Patrick Minford, um dos conselheiros da "dama de ferro", defendia que se intoduzisse legislação anti-greve, que as pequenas empresas fossem isentas da aplicação de leis de protecção do emprego, que a legislação sobre higiene e segurança no trabalho deixasse de ser vinculativa, defendia que o despedimento sem justa causa passasse ser livre, que indemnizações e pré-avisos, licenças de maternidade e direito de voltar ao trabalho depois do parto, tudo isso fosse abolido «de uma ponta à outra» [Unemployment: Cause and Cure]. (Donald Sassoon chama-nos a atenção para o facto de esta personagem não propor, no entanto, a reinrodução do trabalho infantil...)
Thatcher não foi tão longe, é certo. Apesar de "there is no such thing as society", a malta votava... No entanto, muitas das medidas liberalizantes propostas por Minford foram seguidas durante o seu governo. E, como consequência, no início dos anos 90, Finlândia, Suécia ou Noruega, com os seus mercados de trabalho «rígidos» e «altamente» regulados, apresentavam melhores resultados do que a Grã-Bretanha.
A ideia de que mercados totalmente liberalizados, são mais eficientes, é um logro. Aquilo a que passou a ser consensual chamar «obstáculos» ao crescimento da economia e à diminuição do desemprego é, pelo contrário, aquilo que ainda nos mantém numa sociedade minimamente coesa.
6 de maio de 2008
Mas quando é que se põe cobro a esta vergonha?!
"No primeiro trimestre deste ano, morreram 17 mulheres em Portugal vítimas de violência doméstica ou conjugal." (DN)
1 de maio de 2008
Entrevista na Ágora
O Sérgio Costa tem no seu blog, A Ágora, um espaço de entrevistas regular. Uma vez por mês entrevista outros bloggers acerca do tema em que estes mais se destacam.
Este mês, o simpático convite foi aos autores aqui do Margem Esquerda. Sobre política, claro!
Para quem quiser, então, ler esta nossa entrevista, aqui está!
Este mês, o simpático convite foi aos autores aqui do Margem Esquerda. Sobre política, claro!
Para quem quiser, então, ler esta nossa entrevista, aqui está!
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