10 de novembro de 2007

Um rei sem poderes manda calar um projecto de ditador...

... mas o que eu gostava mesmo de perceber é o que é que Juan Carlos faz naquela Cimeira. É que estes monarcas constitucionais, a bem dizer, não têm poderes políticos reais - e ainda bem, digo eu, já que não foram eleitos. Logo, não há razão para estarem presentes em reuniões políticas, certo?

PS - Gostei que Chavez tivesse chamado fascista a Aznar.
PS 2 - E gostei da resposta de Zapatero: “Pode estar-se nos antípodas de uma posição ideológica, e eu não estou próximo das ideias de Aznar, mas ele foi eleito pelos espanhóis e exijo esse respeito” (Público).

5 comentários:

Anónimo disse...

Acho que há que contextualizar a monarquia espanhola na sua história, é acho bastante "ligeiro" dizer que o rei espanhol não tem poderes. a importância histórica e política do rei Juan Carlos é indiscutível, seja qual for a cor política de quem fale. Não podemos esquecer que o rei, ao igual do que o Presidente da República, tem poder de veto e é o mandatário último das forças armadas. a sua identidade trascende as alternancias políticas entre esquerda e direita, e, ainda que sem muito sucesso, pode ser um simbolo de Espanha, sem estar este símbolo associado à direitas ou esquerdas, a nacionalismos fundamentalistas, num momento em que Espanha está no caminho para a desintegração ideológica e há muitos espanhois a não se sentirem "espanhóis", pelo que essa palavra denota. só gostaria de pedir menos ligereza na afirmação de "Rei sem poderes", sem entrar em discussões de se a república é melhor do que a monarquia.

Carla Sousa

serotonina disse...

Este não é o post ideal para comentar o que vou dizer mas aqui vai, parabéns pela entrevista, gostei bastante de saber que há gente jovem que se preocupa em debater ideias. Gente que quer que este pais, mais do que andar para a frente, se mexa!
Obviamente passarei a ser uma leitora assídua deste espaço.
Obrigada

Anónimo disse...

Quem tem que decidir se o Rei de Espanha pode ir a cimeiras são os espanhóis, seus súbditos... a resposta para a sua pergunta, a meu ver é: "errado". Ele é o representante máximo dos espanhóis.

Também gostei de Zapatero por Chávez na ordem, mas o preâmbulo era desnecessário.

O Rei é que foi fantástico em mandá-lo calar. Já há no YouTube? Queria ver.

Edie Falco

Anónimo disse...

Hugo Chavez uma vez mais demolidor e sem papas na língua. As verdades nem sempre são fáceis de digerir, é provável que ao Monárca lhe pese a consciência. Sua Alteza Real tal como o Senhor Aznar, continuam a achar que democrático teria sido liquidar o Senhor Hugo Chavez no golpe de Estado falhado, perpetrado pela nata reaccionária da sociedade Venezuelana com o apoio dos Estados Unidos da América e seus cães de fila.

PS. Começa a ser preocupante nas democracias Europeias, o desconforto que fazem as vozes dissonantes e, a reacção que provocam da parte dos mui democráticos "Lideres".

Helena Henriques disse...

O perder a cabeça numa reunião internacional, nunca é, do meu ponto de vista, algo de louvar mas reconheço que o tiranete do Chávez é competente a tirar as pessoas do sério - aulas de democracia de um tipo cuja principal preocupação é eternizar-se no poder, não há realmente pachorra. Por outro lado, é bom que os venezuelanos e nós ocidentais, que tão alegremente assistimos (e contribuimos) ao incremento da pobreza venezuelana (e sul-americana), nos lembremos que se corria o risco de criar um tiranete destes - et voilá.
Já agora, o Rei - e os espanhois aceitam alegremente a sua monarquia constitucional - tem competências de representação internacional do Estado, algo como o nosso PR, logo parece-me abusivo manifestar-nos contra o exercício destas suas competências constitucionais - mais, concordo quando se diz que essa contestação, a existir, sempre seria da competência dos espanhois.