22 de janeiro de 2008

Manuel Alegre

Eu gosto do Alegre. Admiro-o intelectual e politicamente. E tenho pena que não aproveite o capital social e político, que merecidamente conquistou, para formar um novo partido. Oskar Lafontaine, ex-líder do SPD, fê-lo na Alemanha e o seu "Die Linke" é já a terceira força política. Não é por acaso: muito do eleitorado que se identifica com o socialismo democrático, não se revê hoje nos partidos sociais-democratas (em Portugal, o partido social-democrata é, obviamente, o PS e não o PSD) existentes.

8 comentários:

António P. disse...

Boa tarde Ana Rita,
Para isso era conveniente que Manuel Alegre tivesse pelo menos uma ideia de um programa político mínimo.
E ontem na SIC pareceu-me que nessa ausência prefere assumir-se como uma corrente dentro do PS, antes isso.
Cumprimentos

Ana Rita Ferreira disse...

também me pareceu ser essa a sua preferência... é isso que lamento.
qto a ideias políticas, julgo que está a ser injusto com o alegre. ele tem-nas ;) senão, nem poderia organizar-se como tendência dentro do PS

António P. disse...

Ok Ana Rita,
aceito que Alegre tenha ideias políticas...mas só dão para se organizar tendência e não para criar um programa alternativo à esquerda e com isso quer dizer que vá buscar eleitorado ao BE e ao PCP.
Se for só para partir o PS serve para quê ? Já se esqueceu no partido eanista ?
Boa noite

Ana Rita Ferreira disse...

Acho que, de facto, um partido novo nestes moldes ia retirar não só eleitorado ao PS, como ao PCP e BE, mas isso é natural.
O BE, quando surgiu, também retirou votos as partidos de esquerda já existentes.
Isto acontece, porque há eleitores claramente "à espera" desses partidos!
No caso do PRD, acho que lhe faltava exactamente isso: gente que com ele se identificasse a ponto de o suportar não numa, mas em várias e sucessivas eleições. Com o BE aconteceu o oposto: pelos vistos, já havia uma base que ansiava por um partido assim, de tal forma que tem vindo sempre a crescer.
Se um novo partido de esquerda, surgido de uma ruptura com o PS, configuraria o primeiro ou o segundo caso, não posso afirmar com certeza...
Mas que na Alemanha se provou ser uma decisão justificada, provou. E que o próprio Alegre teve um óptimo resultado há dois anos, também. E que Helena Roseta na Câmara também cumpriu com o objectivo, também.
Mas, de facto, se não for Alegre a protagonizar esse combate, dificilmente este seria um projecto com força à partida.

vinhas disse...

Cara rita,

O PS não tem rupturas! Tem descontinuidades... Não vejo como nascer algo à esquerda do PS e à direita do PCP. Acho que seria mais uma cisão da já espartilhada esquerda.
Resta-nos esperar que o PS mude (ideologicamente ou de nome)!

Ana Rita Ferreira disse...

O problema é que o PS dificilmente muda ideologicamente... Está a seguir o percurso dos seus congéneres europeus, pelo que se pode dizer que está no caminho natural. E isso está a deixar algum do seu eleitorado tradicional sem partido.
Mas claro que concordo que dificilmente haverá rupturas.

Anónimo disse...

O Manuel Alegre tem ideias políticas mas não tem nem capacidade nem vontade de organizar o capital dos cidadãos que votaram nele. E o mesmo aconteceu com Helena Roseta, movimento de cidadãos e a seguir .. morte súbita.

Anónimo disse...

Manuel Sando diz:

1º "Die Linke" não é a terceira força política na Alemanha, é a quinta.
Pelo menos foi a 5ª força nas recentes eleições no Hesse e na Baixa-Saxónia.

Isso não lhe retira um grande potencial de pressão sobre o SPD, mas não é saudável tecer belos raciocínios com base em dados
errados.

2º Grande progresso! Num blog que se reconheceu à nascença em ideólogos liberais de referência, fazer vénia a Lafontaine é obra.