22 de abril de 2008

Levada em ombros

Parece que a salvação do PSD está numa pessoa cujas ideias sobre tudo o que não sejam finanças públicas ninguém conhece. Ninguém sabe verdadeiramente se Manuela Ferreira Leite é social-democrata, liberal ou conservadora. Ninguém a ouviu falar sobre justiça, cultura, saúde...
Sabe-se apenas que foi "cavaquista", que é apoiada pelos "barrosistas", que também vai buscar votos de alguns "santanistas" e, nesta salganhada de facções que nada têm de ideológico, sabemos apenas como se posiciona internamente e quais os apoios partidários que conquista.
Valores? Ideias a pôr em prática? Não se lhe conhecem. Mas ao PSD não interessam estas questões que dignificam a vida política, já se sabe.

Por outro lado, parece que a mesma pessoa, encarada por qualquer um como a melhor posicionada para roubar votos a Sócrates, falhou no único grande objectivo que ela própria apontou para o país e que Sócrates, bem ou mal, atingiu...
Manuela Ferreira Leite, que toda a gente elogia por tanto saber de finanças, mas que não conseguiu fazer o défice reduzir até 3%, vai encarar, em 2009, um adversário que foi competente, onde ela foi incompetente.

No entanto, Manuela Ferreira Leite é o melhor que podia acontecer ao PSD neste momento. Porque não é populista nem demagógica, porque é inteligente e faz os "trabalhos de casa", porque não entra em provincianismos nem em operações de cosmética. O facto de, apesar das suas grandes fragilidades, estas qualidades simples fazerem dela o supra-sumo da barbatana dentro do seu partido, diz muito sobre o estado a que o PSD chegou...

3 comentários:

Anónimo disse...

Boa análise, que infelizmente traduz o equívoco ideológico em que o PSD se fundou e se desenvolveu: um partido social-democrata... direita.
A deriva ideológica continua naquele partido, substituída pela federação de vontades com vista à partilha do grande bolo que é o poder.
Rita! Quando é que dizes alguma coisa sobre o soba da Madeira?...

Anónimo disse...

Apesar de tudo dará um contributo positivo para a questão da paridade. E se chegar a Primeira Ministra vai contentar muita mulher. Pena que não esteja grávida (suponho...)

Anónimo disse...

Afinal, é muito simples.
A Srª. é oriunda duma família monárquica....!!