Tem havido muitas críticas, por essa blogosfera fora, ao facto de muitos de nós, a propósito da entrevista de MFL, nos termos limitado a comentar a sua brilhante tirada sobre os casamentos entre homossexuais, "questão de somenos importância", em vez de nos centrarmos nos aspectos económico-sociais, que "verdadeiramente interessam".
Eu justifico-me: não acho interessante comentar uma suposta oposição ao "pacote de obras públicas", quando quem se lhes opõe não as sabe sequer enumerar e até autorizou algumas delas. De facto, MFL é contra que obras concretamente? E se é contra um pacote deste género, porque deu o seu aval, enquanto ministra das Finanças, a, por exemplo, quatro linhas de TGV entre Portugal e Espanha?
Por estas e por outras, nada do que ela diz sobre este tema tem, para mim, qualquer credibilidade. E não acredito nem um milímetro que, se fosse primeira-ministra, não as executasse! Pelo contrário, seria tudo para levar até ao fim e nada deste paleio, que agora adoptou, seria para levar a sério.
Por outro lado, comentar as preocupações sociais da nova líder do PSD soa a comentar uma piada. Mas alguém acredita neste seu discurso?! Os "novos pobres" em muito devem a sua condição à actuação da própria MFL...
Mas, neste campo da assistência social, MFL até disse uma coisa que seria interessante comentar: que defende que o Estado deve apoiar as associações que "estão no terreno" e que "conhecem os verdadeiros problemas das pessoas". Sendo ou não contra este desígnio, MFL devia informar-se melhor: se há área em que o actual governo não se tem saído muito mal é exactamente esta. Centenas de IPSSs constroem actualmente centros de dia, lares, creches, serviços de apoio domiciliário, etc., pelo país inteiro, com recurso a estes subsídios estatais, que a grande chefe dos sociais-democratas agora se lembrou de defender.
Nem num caso nem noutro, MFL descobriu a pólvora. Pelo contrário, afirmou ser contra o que vai fazer se for primeira-ministra, e afirmou ser a favor do que já se faz com o actual primeiro-ministro. Vale a pena comentar isto?
No fim de tanto discurso vazio, afirmou a sua oposição aos casamentos entre pessoas do mesmo sexo. Foi o final em beleza! Espero ansiosamente pela próxima entrevista!
4 de julho de 2008
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2 comentários:
"Os "novos pobres" em muito devem a sua condição à actuação da própria MFL..." - Ora, fica aqui um desafio. Gostava que provasses esta afirmação por meio de dados económicos. Caso contrário, a mesma não faz qualquer sentido...
A MFL é responsável pelos novos pobres? Então este zapatero de pacotilha que nos governa não é o responsável? Qual o mundo em que navegam? Essa margem está tão poluída que lhes embotam o raciocinio.
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