"O Governo de George W. Bush garantiu hoje que fará tudo o possível para impedir a adopção final pelo Congresso norte-americano de um texto a reconhecer o genocídio arménio no início do século XX, um passo que já levou a Turquia, um aliado estratégico dos Estados Unidos, a manifestar a sua indignação." (Público)
Bush é estúpido. Bush ganhou com menos votos do que Al Gore. Bush foi favorecido por uma tramóia no Estado governado pelo irmão e ratificada pelos juízes do Supremo, provavelmente sedentos de benesses.
Bush também não tem princípios. Com a guerra do Iraque, percebemos que não tem vergonha em colocar "interesses estratégicos" (leia-se financeiros, económicos e militares; os seus, de preferência...) à frente dos valores morais mínimos que devem animar qualquer governo democrático (o tal que ele quer exportar).
Mas, nessa época, ainda se deu ao trabalho de inventar uma mentira - a das armas de destruição maciça, lembram-se? - que, pelo menos, convenceu grande parte dos americanos e uma pequena parte dos europeus. Agora, já nem a esse trabalho se vai dando. Bush apenas não quer que o Congresso reconheça o genocídio arménio para não ter problemas diplomáticos com o aliado turco. Ponto. É a realpolitik no seu pior.
Felizmente, só temos que levar com esta aventesma mais um ano!
11 de outubro de 2007
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8 comentários:
Péssimo post. A Ana Rita está a descer na minha consideração.
Bush faz bem. Chamar "genocídio" ao que ocorreu é apenas usar um nome. É tomar partido pelos arménios e contra os turcos, sem que isso em nada beneficie ninguém, uma vez que quem já morreu já está morto e mais ninguém deveria lutar por causa disso.
Estas acusações de "genocídio", aliás, cheiram mal, e já tiveram péssimas consequências, em particular, a destruição da Sérvia por bombardeamentos selvagens da NATO (ordenados pelo inteligente presidente Clinton) devido a um genocídio totalmente inexistente. Ainda hoje andamos, lá pelo Kosovo, a pagar a merda que se fez com esses bombardeamentos.
Luís Lavoura
os americanos nao querem reconhecer uma coisa que sabem que aconteceu porque os turcos nao querem reconhecer uma coisa que sabem que aconteceu e assim toda a gente que sabe que aquilo aconteceu fica a saber na mesma mas não pode falar sobre isso.
Sao coisas de gente crescida que não é para compreender.
Apesar de toda a estupidez de Bush, parece-me bastante sensato, não ir criar qualquer tipo de conflito com a Turquia, tal, segundo a lógica do mal menor, deveria provávelmente fazer mais moça do que trazer qualquer tipo de mais valia para o Sistema Internacional.
Para além disso, é bom ver Bush preocupado em manter parceiros e aliados, quer dizer que alguma coisa aprendeu após a precipitada invasão do Iraque.
Estes comentários estão fora do contexto. O post é sobre a forma como Bush brinca com o Congresso.
Aí sim, estou a ver que temos muitos entendidos em politica interna americana...peço desculpa pelo incómodo, pensei que estas acções fossem pensadas para a politica externa, afinal, segundo sei, essa é responsabilidade do Presidente dos EUA.
"...Bush faz bem. Chamar "genocídio" ao que ocorreu é apenas usar um nome. É tomar partido pelos arménios e contra os turcos, sem que isso em nada beneficie ninguém, uma vez que quem já morreu já está morto e mais ninguém deveria lutar por causa disso..."
Porque apoia então os EUA e a Europa tanto o Estado de Israel?
Será que o Holocausto tem alguma coisa a ver com isso?
Aliás porque se contesta tanto o Irão e outros que negam o Holocausto?
E pronto, mais uma vez os genocídios deploráveis e os genocídios que não interessam nada... É como os ditadores, há os deploráveis e os amiguinhos. Afinal é-se pelos direitos humanos ou só se defende os tais DH quando não são "caros"?
Posso até admitir que o momento não seja o melhor para incomodar a Turquia, mas francamente este tipo de política de defesa dos DH por parte do Ocidente peca por falta de credibilidade, não?
Bush tenta a todo o custo não piorar a situação calamitosa que a sua avidez e cegueira geoestratégica provocaram na Ásia Menor.Em matéria de Direitos Humanos a política externa americana nunca primou pela coerência...por isso nada disto é novidade num Império que dá mostras de caducidade.
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