28 de outubro de 2007

Contradições?

Programa Eleitoral do PS, de 2005 (o tal que apontava as directrizes do actual governo):

“O PS entende que é necessário reforçar a legitimação democrática do processo de construção europeia, pelo que defende que a aprovação e ratificação do Tratado deva ser precedida de referendo popular, amplamente informado e participado”.


Declarações de Sócrates este fim-de-semana:

"A ratificação pelo Parlamento é tão válida quanto a ratificação por referendo";

"Como não dissemos como vamos fazer, naturalmente as duas possibilidades estão em cima da mesa";

"... todos os que acham que foi feita uma promessa por dois partidos de que haveria referendo...".

E é assim que se faz política em Portugal...

5 comentários:

praianorte disse...

O PS não está a faltar a palavra, dado que, o documento aprovado em
lisboa está a anos luz do anterior tratado.Não são iguais, em muitos pontos até antagonicos. Só por má fé ou ignorancia é que se pode acusar o PS de faltar a palavra dada.

Helena Henriques disse...

Pois está longe do tratado constitucional, mas sempre introduz novas limitações à soberania... por enquanto Sócrates vai no nim (com inclinação para ratificação parlamentar), veremos por onde se decide - eu aposto que se for coisa para fazer perder muito voto vai a referendo mesmo - como descalçar posteriores sarilhos, já é outra história.

psergio57 disse...

Nem o PS se lembrou ainda desse argumento. Só pode estar a brincar sr. Xico...

Ana Rita Ferreira disse...

Em termos de organização institucional da Europa, não me parece que o documento aprovado em Lisboa esteja assim tão longe do Tratado Constitucional: mantém os mesmos princípios.
E, mesmo que o Tratado actual apresentasse um conteúdo oposto ao do "falecido", não me parece que isso seja motivo para não se proceder a um referendo.
Não se pode (ou não se deve) ser a favor ou contra este referendo consoante o que é dito no articulado... Ou se é contra o referendo ou se é a favor. Só o sentido do voto é que pode eventualmente mudar de acordo com o que o Tratado propõe.

O que realmente mudou, desde a promessa eleitoral para cá, foi o chumbo do anterior Tratado pela França e a Holanda. E também mudou a sensação de medo, anteriormente inexistente, de que isso pudesse acontecer por cá...

Ant.º das Neves Castanho disse...

E é assim que se escreve em blogues em Portugal...



Pois ainda não passam de comentadores de blogues e já não conseguem um mínimo de isenção, mas atrevem-se a criticar os políticos em exercício de cargos importantes por "faltarem à palavra"... Que atrevimento!


Ó seus psergios (57 e seguintes), não aprenderam a ler? Não está o programa deste Governo escarrapachado neste Artigo? Não se diz lá que o P. S. defende a "ratificação do Tratado após consulta popular"?


E agora, que já não vai haver Tratado Constitucional, exige-se que a posição do P. S. (e doutros Partidos) seja rigorosamente a mesma, como se nada se tivesse alterado?


P'rá frente então com os dois Referendos! No primeiro pergunta-se, em nome da seriedade e da coerência dos governantes: "acha que Portugal deve ratificar o Tratado Reformador?"


Se o NÃO ganhar, no segundo pergunta-se: "E agora, estúpido, achas que devemos abandonar a União Europeia?".