Já conhecíamos as diferenças políticas entre Zapatero e Sócrates: apesar de serem da mesma família política, Zapatero tem governado mais à esquerda do que o nosso primeiro (e do que a maioria dos chefes de governo sociais-democratas por essa Europa fora).
Ao ouvir o discurso de vitória de Zapatero, no domingo, reforcei também a certeza das diferenças de estilo entre os dois.
Quem diz que a conquista de mais votos e mais assentos parlamentares farão com que governe com mais humildade, quem diz que percebe este novo mandato como uma obrigação para governar melhor, quem diz que irá governar tendo sempre presente o caminho do diálogo, não se confunde, de facto, com Sócrates.
É certo que a existência ou não de maioria absoluta pode fazer mudar tudo, que não sabemos como falaria ou agiria Zapatero se tivesse as mesmas condições políticas que o congénere português. Mas acho que nunca teria o mesmo estilo autoritário e crispado. De qualquer forma, nunca o saberemos.
Resta-me, então, esperar que Sócrates, em 2009, receba uma lição de humildade que o leve a inflectir o estilo e as políticas.
As maiorias absolutas unipartidárias fazem mal ao ego. E, na minha opinião, ao país.
11 de março de 2008
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3 comentários:
Prezada Ana:
Pois é ! Nunca saberemos ! Se Zapatero tivesse obtido a maioria ( digo eu )Outro galo cantaria !Foi humilde ? Pudera necessita de fazer coligação para governar !
Zapatero é mais à esquerda que Sócrates ? Claro! A sociedade espanhola , não tem nada a ver com a sociedade portuguesa ! Ou tem ?
Já agora vá ouvir os PP de Espanha a dizer, que isto agora vai aquecer, porque vamos combater os sociátas !
E o governo de Espanha dá ao clero católico cinco mil milhões por ano! Clero pobrezinho, que o povo alimenta pouco, não é?! E o governo, em paga, tem a oposição renhida, fundamentalista, do clero! Ao que se chega, mesmo na Espanha!
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